terça-feira, 3 de julho de 2012

O mundo dos cosméticos redescobre a rosa

Popular nos anos 50 e 60, o aroma de rosas volta revisitado e mais moderno


Durante pelo menos um século, a rosa esteve ligada às noções de beleza e desejo. Acessório indispensável de rainhas do baile e patinadoras artísticas – sem falar no Jubileu de Diamante da rainha Elizabeth II –, ela está também presente no hidratante Cold Cream e no Chanel No. 5.

Há alguns anos, porém, a flor começou a ser preterida na indústria de cosméticos. "Foi por causa da rosa cor-de-chá", explica Ben Krigler, criador da Krigler Perfumes de Nova York. "Ela era popular nos anos 50 e 60, mas, na verdade, é uma flor híbrida. É dela que vem aquele cheiro meio antiquado, de coisa guardada. Na loja a gente chama de ‘cheiro de avó’”.

Ele diz que sua empresa desenvolveu um aroma de rosas próprio há vários anos, acrescentando mais a rosa Antibes – "o verdadeiro aroma de rosas", ele define – e reduzindo os elementos do lilás e das flores brancas.

E agora parece que a flor está voltando à evidência. "Cada década tem uma flor de destaque", continua Krigler. "No fim dos anos 60 e na década de 70 foi o patchuli; depois, veio o jasmim. Na década passada foi a íris, e agora a rosa está de volta."

Líder entre os perfumes, o Stella by Stella McCartney foi lançado em 2003 e leva a rosa misturada com peônias, tangerina e âmbar. A rosa também tem aparecido nas passarelas, incluindo os desfiles de Valentino, Lanvin e Erdem, grife essa que colocou sua imagem em saias, vestidos e clutches de noite.

"É incrível como se vê rosa na moda agora", diz Sandy Cataldo, que em parceria com Lynn Welsh Emmolo criou a linha de fragrâncias A Dozen Roses, em julho do ano passado. As novas fragrâncias de rosa, como as de sua linha e a de Stella McCartney, a Summer Rose, são menos concentradas na própria flor e mais na sensação que podem causar.

Para os homens, a rosa se mistura com o sândalo e a pimenta na fragrância da Cartier, Declaration d'un Soir, que chega às lojas americanas em agosto. No segundo semestre, Tom Ford pretende lançar Cafe Rose, seu primeiro perfume usando rosas, que aparecem misturadas a açafrão e café.

Para os homens, a rosa se mistura com o sândalo e a pimenta na fragrância da Cartier, Declaration d'un Soir, que chega às lojas americanas em agosto. No segundo semestre, Tom Ford pretende lançar Cafe Rose, seu primeiro perfume usando rosas, que aparecem misturadas a açafrão e café.

Ela também está sendo usada no arsenal antirrugas. Em junho, a Lancome lançou o Absolue L'Extrait Regenerating Ultimate Elixir, que possui células maduras das folhas das rosas que, segundo a empresa, estimula a produção de colágeno. O produto será comercializado pela Bergdorf Goodman e pela Saks Fifth Avenue, precedido pela máscara de rosa negra da Sisley Paris.

"Do ponto de vista de marketing, você vê aqueles botões lindíssimos que afetam qualquer um emocionalmente", diz o médico David Colbert, dermatologista de Nova York cujo óleo facial, o novo Illumino, contém componentes da flor e chega à Barneys New York e à Colette de Paris em agosto ou setembro.

"Segundo um estudo feito no Japão, os extratos de rosa ajudam a recuperar os danos causados ao colágeno e à elastina", justifica Colbert. "Além do mais, as qualidades aromáticas da flor afetam o sistema límbico. O cérebro é responsável também pela pele. Qualquer associação positiva – e o aroma das rosas é calmante – pode ajudar na sua compleição."

A Sisley trabalhou com uma família que cultiva rosas há seis gerações, no sul da França, para criar a rosa Black Baccara, de pétalas grandes e um tom de vermelho bem escuro.

Segundo Isabelle Thuillier, diretora de pesquisa e avaliação da Sisley, seu pigmento é profundo e "contém mais benefícios anti-idade" do que as variedades comumente encontradas no jardim. E, como se competisse num concurso de rosas, acrescentou: "É claro que, com marketing, há a sedução; é a combinação do vermelho escuro, profundo, com o toque suave feito veludo. É uma rosa mágica".

A Melvita, outra marca francesa de produtos para a pele, criou um néctar de rosas de uma espécie selvagem que floresce a grandes altitudes, utilizando a flor inteira, além das folhas e botões. A colheita é feita em junho por um especialista, que vai buscá-las numa montanha no sul da França.

Bernard Chevilliat, fundador da Melvita, comenta que principalmente os asiáticos gostam muito da rosa. "Pode até ser um fator cultural", ele continua, "mas a verdade é que ela é apreciada no mundo inteiro".

De fato, a Korres, uma linha de cosméticos e produtos para a pele de Atenas, se viu fazendo sucesso internacional graças ao seu Wild Rose (PLUS) Vitamin C Advanced Brightening Sleeping Facial. Lançado em março, o produto vende mais que o dobro do Quercetin & Oak Night Cream, de acordo com informações da porta-voz da companhia.

Na Christian Dior, o balm Creme de Rose é um dos campeões de vendas da marca, segundo a porta-voz Bryn Kenny. A propósito, Dior era um jardineiro inveterado e a rosa era uma de suas flores favoritas.

"Sem dúvida, a rosa é a rainha das flores", diz Lynn Emmolo da A Dozen Roses. Isto é, até alguma outra flor roubar o seu trono.

"A magnólia também anda em evidência", diz Ben Krigler. "Com certeza, a rosa já tem concorrência."


Fonte:
http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=124962

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