Mercado de dermocosméticos cresce com produto local e
novas drogarias
Tendências - 06/06/2012
O
desenvolvimento de produtos adaptados à pele brasileira, a expansão das
redes de drogarias e o perfil dos novos dermatologistas, mais jovens e
especializados em tratamentos estéticos, impulsionam o mercado de
dermocosméticos no país. As vendas desses produtos cresceram 15% no ano
passado e somaram R$ 1,2 bilhão, de acordo com o IMS Health. Os
dermocosméticos se diferenciam de outros itens de beleza por serem
vendidos exclusivamente em farmácias muitas vezes com receita médica e
por conterem maior concentração de ativos.
O Brasil é o quarto maior mercado
global de dermocosméticos, depois de França, Alemanha e Itália.
Multinacionais de beleza e farmacêuticas, como L'Oréal, Johnson & Johnson, GlaxoSmithKline (GSK) e Galderma, lideram as vendas no país e crescem a um ritmo de até 30% ao ano.
As fabricantes adaptam cada vez
mais as fórmulas de seus produtos, de sabonetes para o rosto a cremes
antirrugas, às necessidades locais. De cada dez brasileiras, seis têm
pele oleosa. Segundo Délio de Oliveira, diretor-geral da divisão de
dermocosméticos da francesa L'Oréal, chamada de
"cosmética ativa", o Brasil ganhou mais poder na matriz de dois anos
para cá. "Hoje a gente não lança um produto aqui se a brasileira não
aprovar", afirma o executivo.
Essa divisão da L'Oréal tem no
Brasil o seu terceiro maior mercado, atrás apenas da França e da
Alemanha. La Roche Posay e Vichy são as principais marcas e lideram o
crescimento das vendas, que avançaram "mais de 30%" no país no ano
passado, de acordo com Oliveira. O executivo prevê que o Brasil deva
passar a Alemanha em 2013 e a França em 2016, tornando-se o maior
mercado da L'Oréal em dermocosméticos.
De acordo com Marcos Marchi, diretor de marketing da divisão de consumo da Stiefel,
95% dos dermocosméticos da marca são feitos no país. Toda a linha de
protetor solar - o carro-chefe, responsável por 30% do faturamento - é
inteiramente desenvolvida no Brasil. Comprada pelo grupo farmacêutico
britânico GlaxoSmithKline (GSK) em 2009, a Stiefel tem
centro de desenvolvimento no Brasil desde a década de 1990. As vendas da
subsidiária brasileira - a segunda maior da Stiefel - aumentaram 12% em
2011. Para 2012, Marchi espera um crescimento maior.
Toda a linha de proteção solar da Roc, da Johnson, também é produzida no país, com fórmulas customizadas para a pele das brasileiras. O protetor diário Minesol Oil Control,
por exemplo, só é vendido aqui. O foco da francesa Roc são as linhas
anti-idade e de filtro solar, de acordo com Marcos Savoi, gerente de
marcas de cuidados com a beleza da multinacional. A Roc cresceu acima de
30% em 2011 e quer manter o ritmo de crescimento neste ano, afirma
Savoi.
A expansão das farmácias anima o
setor. Considerando apenas as maiores redes do país, mais de uma
drogaria é aberta diariamente. E os produtos de higiene e beleza têm
conquistado maior espaço nas lojas. Segundo Oliveira, cerca de 30% do
faturamento das grandes redes vem desse segmento.
Não é necessário ter receita para
comprar os produtos, mas 70% das vendas são geradas por recomendação
médica, principalmente no caso de itens mais caros, como os cremes
anti-idade. Nos dermocosméticos, segundo Oliveira, "as substâncias são
muito mais elevadas, no limite para se transformar num medicamento".
Um creme antirrugas considerado
dermocosmético, por exemplo, custa entre 20% e 30% a mais que um produto
que não pertence à categoria. Para conquistar consumidores, as
fabricantes investem em treinamento de consultoras nas farmácias e,
principalmente, em visitas a dermatologistas.
O Brasil tem cerca de 7 mil
dermatologistas e só fica atrás dos Estados Unidos em número de
profissionais. Para Oliveira, o perfil desse médico no Brasil também
contribui para o crescimento do mercado de dermocosméticos. "O
dermatologista brasileiro é mais jovem e audacioso. Ele tem um perfil
estético e faz muitos procedimentos", diz. Segundo o executivo, o médico
dessa especialidade no Brasil tem, em média, 38 anos, e, de cada dez,
seis são mulheres.
Fonte:
http://cosmeticosbr.com.br/conteudo/noticias/noticia.asp?id=3061