terça-feira, 11 de setembro de 2012

Brasileiros devem gastar o dobro com cosméticos nos próximos anos


Quem trabalha na área prevê que em quatro anos alcancemos o primeiro lugar. Mas a concorrência é grande, e as novidades não param de chegar.


O mercado da beleza vive dias de crescimento acelerado. E o Brasil já se transformou em um dos maiores consumidores de cosméticos do mundo. Especialistas afirmam que os gastos com xampu, maquiagem, cremes vão dobrar nos próximos anos. É um setor que dificilmente enfrenta crise. E que se destaca em épocas de economia em crescimento.
O Brasil é hoje o terceiro maior consumidor mundial de cosméticos. E quem trabalha na área prevê que em quatro anos alcancemos o primeiro lugar. Mas a concorrência no setor é grande. E por isso mesmo as novidades não param de chegar ao mercado.
Espelho, espelho meu: “Não existe cabelo mais bonito que o meu, é o mais lindo de todos, maravilhoso”, diz Carina Neves, recepcionista.
Cabeleira que se preze tem que ser exaustivamente manuseada. “Cachos bonitos têm que estar bem definidinhos, ter bastante creme”, diz Cleidiene Aparecida Silva, auxiliar de cabeleireira.
No salão e em casa também. “Mora só eu e meu pai, ele fica louco. Porque não tem espaço para nada. O banheiro é meu. Desculpa, mas eu sou mulher, fazer o que”, brinca Ana Paula Amorim, professora de dança.
É uma paixão traduzida em números. Em três anos, o movimento no salão da Soraia Ferretti quase triplicou. “Agora que tem um dinheiro sobrando, que hoje a classe média realmente melhorou o poder aquisitivo, ela não economiza para beleza”, afirma.
E a projeção para 2020 é de ventos soprando a favor da beleza. Para se ter uma ideia: o valor com a venda de produtos para cabelo só na Grande São Paulo vai ser duas vezes maior do que o registrado na França. E o dinheiro movimentado pelo setor de cosméticos e cuidados pessoais no Brasil vai mais que dobrar.
“É uma combinação de três fatores. Primeiro, o brasileiro - por definição - é ávido por consumir, obcecado por beleza. O segundo fator é o aumento expressivo na renda real, sobretudo a classe media emergente. E o terceiro é que a gente vai ter um bônus demográfico em 2020, a gente vai ter o pico da população economicamente ativa. Então ele vai se traduzir em um consumo acelerado de produto de beleza e de cuidados para pele”, explica Fabio Stul, sócio-diretor da McKinsey & Company.
A indústria de cosméticos vai surfando nessa onda com máquinas a pleno vapor. O Brasil já é o principal consumidor dos produtos de uma marca multinacional. Há cinco anos passou os Estados Unidos no ranking de vendas. Por isso, a indústria construiu em Cabreúva, no interior paulista, o maior centro de distribuição do mundo.
Para os próximos anos, a empresa aposta no crescimento das vendas das linhas de cremes faciais e de maquiagem. Tanto é que grande parte dos lançamentos feitos hoje é de produtos dessas linhas. São mais de 300 novas opções a cada ano.
“Milhares de mulheres usam os batons que passam aqui pela minha frente. Cada dia é um produto novo, um batom diferente. Para a gente também, é todo dia uma novidade”, conta Denise Ribeiro, auxiliar de produção.
“Hoje maquiagem é só consumido por 40% da população. Hoje você tem o batom e uma máscara para os cílios, mas a consumidora brasileira ainda não tem o hábito de usar sombra, blush e outros produtos para completar o seu look de maquiagem. Então são categorias que ela vai incorporar no seu hábito, na sua rotina de beleza”, explica Ricardo Patrocínio, diretor executivo de Marketing da Avon do Brasil.
E é o batom super-hidratante, o creme com nanotecnologia. Em uma feira da beleza em São Paulo, a pele também está na mesa de apostas. “As mulheres hoje gastam mais com produtos para pele do que a geração de 20 anos atrás. E a geração que está vindo agora vai gastar mais ainda”, afirma Cesar Tsukuda, diretor da feira.
Elas. E eles também. “Creme para o rosto, creme do corpo, às vezes um gelzinho creme para o pé também. A gente anda bastante, tem que cuidar do pé também”, brinca Daniel Rosado, cabeleireiro técnico.
Em 2011, as vendas de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria movimentaram mais de R$ 73 bilhões. Ao todo, 98% das indústrias desse setor são de pequeno e médio porte. Ou seja, tem muito espaço para empreendedores.
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