sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Cosméticos pra que te quero?

A famosa e emergente classe C é a maior consumidora de produtos de beleza no Brasil, segundo o Ibope e será responsável, só em 2012, por 42,6% dos gastos no setor


Dizer que o brasileiro é vaidoso é pouco, de acordo com a Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do instituto Ibope Inteligência, homens e mulheres do Brasil devem gastar R$ 36 bi com produtos de beleza só em 2012.
Acha exagero? Pois a emergente classe C, que despontou no mercado consumidor, com seus 26 milhões de domicílios de acordo com o Censo 2010, será responsável este ano por 42,6% dos gastos no segmento, seguida pela classe B com seus 12 milhões de residências que responderá por 41,5% desse montante.
Parece loucura, mas esses números refletem a realidade de mulheres com a assessora de marketing Bruna de Souza Garcia, 28, que confessa investir 20% de seus rendimentos mensais em cosméticos. Os produtos que ela mais compra vão desde o essencial protetor solar até os perfumes importados que tanto ama.
“O protetor solar é o básico, não saio de casa sem ele e uso mesmo nos dias de chuva, é um produto que não dá para ficar sem. Por isso todo mês é preciso comprar um”, conta a assessora que escolheu um dos mais completos e, mais caros, protetores solar disponíveis no mercado.
Uma visita à casa de Bruna e a equipe de reportagem do Jornal Diário não teve dúvida: ela realmente se cuida e muito. Para um kit de sobrevivência de maquiagem, a assessora elegeu o rímel, blush e o batom ou gloss. Ênfase no último item, que ela confessa ter verdadeira paixão. “Não posso passar por uma vitrine ou receber a notícia de que foi lançada uma cor nova de batom que já preciso comprar para experimentar. É o meu vício”, revela.
No quesito hidratante corporal, a assessora não abre mão da linha completa que inclui produtos para o corpo, mãos e pés. Para o cabelo, Bruna precisa comprar a cada duas semanas. “Meu cabelo cresceu muito nos últimos meses e tenho usado muito shampoo e condicionador. Acabo gastando bastante nesse período”.
Questionada se os cuidados não são exagerados, a jovem destaca que sempre foi assim e que nos últimos anos intensificou mais para preservar a juventude e se sentir bem. “Acho importante se gostar e se cuidar tanto para si mesma, para os amigos e os colegas de trabalho. Quem se arruma e se cuida também atrai um ambiente bom para si”.
Colegas de trabalho, a designer Vanessa Colevati, 37, e a assessora de marketing Elizabeth Fares Paulo, 53, consideram os cuidados de Bruna normais da faixa etária, mas não enxergam como algo pejorativo.
“A vaidade feminina é muito forte e não vejo mal em se cuidar. Até incentivamos ela a comprar os produtos, contanto que ela não gaste além do aceitável e que ela vá se enrolar”, conta Elizabeth.
“Ela não é exagerada. Considero até que ela seja discreta e não tem excessos nela nem na maquiagem e muito menos no perfume. Acho bem dosados os cuidados”, diz Vanessa.
A paixão que virou negócio

A secretária de consultório médico e consultora de beleza Elizangela Mansueto Scarcella, 35, fez da paixão por cosméticos um negócio lucrativo e satisfatório. Há 12 anos ela vende várias marcas de produtos nacionais e importados que lhe rende cerca de 30% de todo o faturamento mensal.
E tudo começou porque a vida de casada e mãe de família não lhe permitia fazer o que mais gostava, vender. Por isso escolheu o setor de cosméticos para que pudesse trabalhar com vendas sem precisar sair de seu trabalho fixo. Além de conseguir uma renda extra, ela se diverte e está em contato com as novidades da área de cosméticos.
“Quando me casei não queria ficar só em uma função e acabei unindo o útil ao agradável e deu tão certo que não tenho vontade de parar”, conta.
Hoje, Elizangela ministra palestras e também dá treinamento para novas consultoras. O ofício paralelo deu tão certo que hoje ela se orgulha do número de clientes e ainda mais das oito vendedoras que ela treina e os quatro salões de beleza que trabalham com os produtos que ela distribui.
“Eu tenho meus clientes vip e não são poucos, estou sempre em contato com pessoas que gosto. É uma maneira de me deixar sempre em movimento nas vendas”, declara a consultora que diz nunca ter levado calotes por selecionar sua clientela.
Uma das melhores clientes de Elizangela é a recém-casada Priscila Marie Yamada Fossaluza, 21, que fez questão de comprar todo o enxoval de cosméticos para o casamento com a amiga. “Comprei até os produtos para meu esposo usar na viagem e tudo para a casa, para deixar mais aconchegante de cheirosa”, revela.
Entre os produtos que a auxiliar de consultório odontológico mais compra com a amiga consultora de beleza é maquiagem e confessa que pelo menos 20% de seus rendimentos vão para os cuidados com a pele, cabelos e para se sentir bonita. “Acho essencial e a gente acaba acostumando com tudo isso, mesmo que seja um hidratante ou um batom, não dá para viver sem”.
O boom dos cosméticos

Em relação às regiões do Brasil, o Sudeste concentra 50% do consumo dos produtos de beleza, com gasto total estimado de R$ 18,08 bilhões.
Entretanto, o maior gasto per capita ao ano é registrado no Sul do país. Na região, que representa 16% do consumo nacional, cada habitante deve consumir R$ 252,83 em produtos. O Ibope classifica como produtos de beleza perfumes, maquiagens, cremes hidratantes, esmaltes, tintas para cabelo e outros cosméticos.


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